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Instalação artística / arquitectónica da autoria de Helena Cabral Fernandes, com parceria na execução do artesão Alcino Góis

@hcabralfernandes

 

O Material

O vime é a “nota musical” que viaja pela teia, em tramas variadas, sem procurar um padrão de repetição. Ir experimentando à medida que se faz. Não há uma ordem predefinida. Há a vontade de explorar texturas, cheios, vazios e as várias técnicas que o Material permite. O resultado é um objecto plano, íntegro, numa escala ampliada, que não é habitual na obra de vime. Procurar a escala da Arquitectura através do Material Vime.

O Tacto

Um sentido essencial para despertar a memória: . Percorrer o tecido de vime com as mãos: sentir a textura do vime e a sua variação (o cesto, a cadeira de infância) . Permanecer no mesmo lugar, dar tempo para sentir o calor nos pés do pavimento de cimento ao sol. É a experiência balnear do ilhéu, ao sol, sobre o cimento quente.

 

A Sombra

Dar atenção à sombra, procurando seguir o caminho da Lourdes Castro: como a sombra é dinâmica, principalmente ao fim do dia, sobre o pavimento de cimento. Como a sombra é o objecto pretendido: o painel de vime é um meio para produzir sombra e, assim, convidar o espectador a estabelecer uma nova relação com a paisagem que envolve o lugar.

O Lugar

Um lugar sem escala humana, com um pontão que aponta para o horizonte, desprotegido. Só falta o mergulho para uma imersão completa na natureza: o mar. O objecto-sombra não pretende impor-se ao lugar. Foi pensado à escala do homem, usando dimensões base do Modulor de Le Corbusier, para permitir a sombra, o abrigo, a permanência, a contemplação.

Localização: Cais do Carvão

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Biografia:

Helena Cabral Fernandes

 

“O que somos nós senão um agregado

de mil coisas?” 

~ Lourdes Castro

 

Nasci no Funchal em 1980, e vivi em permanência em São Martinho, junto da Estrada Monumental, até aos 17 anos. Passei a infância rodeada de campos de cultivo de bananas e assisti à mudança radical da paisagem na zona Oeste do Funchal. O Cais do Carvão é uma referência na minha paisagem de férias, nos verões passados no Clube Naval do Funchal.

 

Em 1997 fui para Lisboa para estudar Arquitectura, sem grandes certezas do caminho a percorrer. Interessou-me sempre a matemática e a história de arte, duas áreas aparentemente opostas, e tive de aprender o desenho como ferramenta de trabalho, o que não é natural em mim. Prefiro a matéria verdadeira.

Trabalhei sempre em arquitectura, talvez por teimosia, e resisti à vontade e necessidade de emigrar para outro país, pelo que me mantive em Lisboa, onde me estabeleci e criei família.

Há 8 anos reatei a relação de trabalho com o Pedro Carvalho, arquitecto que me acolheu quando iniciei a minha profissão em 2003, para fazer parte da equipa de Arquitectura do atelier da artista plástica Joana Vasconcelos.

Tive a oportunidade de, sempre em equipa multidisciplinar, observar e participar ativamente em vários projectos nacionais e internacionais, durante 7 anos, de naturezas e escalas muito diferentes e sempre muito desafiadores.

 

Aprendi que o limite somos nós que o definimos, e que é mesmo pelo sonho que nós vamos. Resolvi dedicar-me em exclusivo aos meus projectos há menos de um ano, porque o meu interesse é experimentar, mais livremente, a ligação entre a arquitectura, o design e os crafts, especialmente os têxteis.

 

A exposição retrospetiva da Anni Albers, que pude visitar na Tate Modern em Janeiro de 2019, foi uma das experiências mais reveladoras que coleccionei até ao momento. Este projecto, em concreto, representa a oportunidade de materializar um sonho que nasceu há dois anos: estabelecer uma ponte entre a arquitectura e o material vime.

Regresso todos os anos à ilha da Madeira, em férias, onde tenho laços e espero que os meus filhos criem laços também. 

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01.

Uma sombra para o lugar: 
Na esteira de Lourdes Castro

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